terça-feira, 26 de agosto de 2008

Enquanto isso, lá na terrinha

Lá de onde eu venho, eleição é coisa assim das fáceis de votar.

Tem o candidato de bandido e o candidato meu vizinho.
Quando os dois não são um só, fica bem fácil escolher.

O candidato do bandido faz demagogia e pinta escola por fora com a nova cor da prefeitura dele.
O meu candidato meu vizinho faz uma piscina na APAE se a vizinha dele lembrar que não tem uma piscina lá. Ele faz favor pra todo mundo sem cobrar, afinal é nosso vizinho.

Difícil fica pra quem não é vizinho e também não é parente de bandido.

Pra votar em vereador também é bem simples.
Tem meu primo e o primo dele.
Eu voto no meu primo, afinal...família, né?

Não é bem mais simples um sistema eleitoral onde tem os meus e os deles?
Ninguém precisa escolher, não tem escolha.

Mas o mais bacana da eleição lá são as fofocas pessoais
Você fica sabendo quem traía quem há 20 anos atrás.
Bom pai de família é tão bom que descobrem que ele tem inclusive duas famílias.
A vereadora é tão ativa que tem até dois parceiros.
O bom partido da cidade comprou voto fazendo 3 filhos na periferia.
O bom e velho tradicionalista bateu na mulher, mas foi uma vez só e ela mereceu, né, gente?

Adoro eleição no interior.
Me lembra muito aquele livro "O Cortiço" do Aluísio de Azevedo.
Qualquer dia a gente descobre o que alguém não fez por um coelho...

2 comentários:

Patty Diphusa disse...

Eleição no interior para mim lembra que tinha o candidato do meu pai, que sempre perdia, e o outro, que a cidade inteira votava. Eu morria de dó do meu pai por causa disso, mas ele não se rendia. Foi a primeira oposição que conheci, tão solitária. Mas ele me fez entender que mudanças levam muito tempo.

bjs

Eliza Lynch disse...

Certo seu pai.
Se todo mundo for deixar de votar em quem tem menos voto, então, não precisava de eleição, né?

Mas eu realmente gosto do meu vizinho hahahahahaha.

Meu primo desistiu de se candidatar...ainda bem!!! Orgulho!!