sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Eliza Lynch Way of Life

Sanguinária, oportunista, manipuladora...essa super mulher foi Eliza Lych, a primeira general da América Latina.

Você não ta se lembrando dela, né?

Tudo bem. Na América do Sul, não se costuma ouvir falar muito da história da América do Sul.

Essa mulher era uma irlandesa que foi educada na França (mas irlandeses são sempre irlandeses).
Lá se casou com um militar francês. Acabou se divorciando, em 1800 e bolinha, numa época na qual divorciada = demônio.
Alguns dizem que ela virou cortesã, outros que era amante de um general inglês e passava informações sobre Napoleão Bonaparte, enfim, ninguém sabe direito como ela se virava tão bem depois do divórcio.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, Franciso Solano Lópes, ditador do Paraguay, figura austera, planejava viajar à França para conhecer seu ídolo: Napoleão Bonaparte (cornetas).
Ele foi. Foi e foi feito de palhaço. Não conheceu o Napoleão, mas trouxe de suvenir a irlandesa, por quem seu coração não batia....capotava.

Baita de uma oportunidade para Ella – como ficou conhecida no Paraguay. Saiu de uma sociedade que não a aceitava mais e veio para um novo continente. Só que o Solano não se casou com ela porque nem rolava casar com uma cortesã/carreirista/oportunista mesmo que fosse européia. Sobrou pra ser a amante, né? Fazer o quê? Já tava no inferno, abraçou o capeta (e desse aí ela devia ser parente).

O negócio dela, a princípio, era só ser venerada e idolatrada pela população do país (simples!), mas começou a dar muita vontade de mandar também, sabe? Não era síndrome de micro-poder ...era de mega blaster master poder mesmo.

Bom, já que não dava pra ser a esposa oficial do ditador do Paraguay, ela resolveu ser a rainha do lugar. Quando a oficial tava indo, a Elisa já tinha ido e voltado duas vezes.

Era a Primeira Conselheira do Solano. Diga-se de passagem que o Solano também não era dos caras muito bons da cabeça, não. Era meio armamentista, meio violento, meio preterido pelo pai, enfim, era meio psicopata.

Mas ele não fazia nada sem escutar os conselhos da Ella. A mulher adquiriu um poder político absurdo. Montou seu próprio serviço secreto e ela mesma torturava pessoas para tirar informações enquanto tomava uma xicrinha de chá ou uma tacinha de champa.

Dizem que a tortura mais bacana dela era colocar a pessoa dentro de uma roupa de couro que ia da cabeça aos pés e deixar o corpinho esturricando no sol por dias. O couro ia encolhendo e espremendo a pessoa pouco a pouco, além de grudar e queimar a carne. Era uma mulher muito paciente – umas das melhores virtudes que um ser humano pode ter. Uma heroína! Era tudo em nome de preservar o trono do seu amado Solano. Já penso? Isso é que é lealdade.

Quando rolou a Guerra do Paraguay, Solano foi pro front e Eliza assumiu o comando do país (mulheres no poder!!).
Nessa época, o que ela mais gostava de fazer era terroristo com a família do Solano que nunca gostou dela. Mãe, irmãos, irmã, esposa...ela apoquentava todo mundo com ameças e cortando a grana deles. Imagina se todo mundo pudesse zuar a sogra, o cunhado, a concunhada...

Foi-se uns anos aí de guerra e tal e depois de um tempo, as tropas paraguayas estavam meio desmotivadas, a guerra era cheia de altos e baixos, enfim, lá foi a Eliza. Foi pro front, virou general e de tão porreta que ela era conseguiu reanimar a galera pra carnificina (coisa que ela gostava pouco...).

Era adorada no campo de batalha pelos soldados e óbvio pelo Solano. Se ela dormiu com o batalhão todo? Duvido muito. A mulher era fina, di catigoria! Não era daquelas que gosta de comer paleta pra variar o filé mignom. Mas era das que atiram nos próprios soldados quando eles fogem do inimigo!!

Solano foi um puta cara de sorte.
Isso que é um exemplo de mulher! Eliza Lynch way of life!!!

Poderosa e sanguinária – assim definiu Patty Diphusa, uma drag queen muito importante, amiga do Almodovar.