segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Primeiro encontro e beijo sóbrio ninguém merece...

Vira e mexe alguém me volta com essa questão.
Eu ainda to pra entender o que me faria um ser apto a dar opinião sobre isso.

Dessa vez minha amiga que namorou o mesmo cara praticamente uma vida e é tipo uma recém solteira – um ano sem contar a fase de luto – ta com um problema. Na verdade, o mesmo problema desde que ela começou a sair com caras depois do fim do namoro.

Ela sai pra jantar uma, duas, três vezes e beijo mágico não acontece, nem o mágico, nem o não mágico.

Já falei: um é compreensível, dois é no limite, três...eu dispensava.

Aí ela me disse outro dia... “mas sabe o que é...vc se lembra da última vez que você deu o primeiro beijo sóbria em alguém??”

HA!
She get a point!!!

Eu não me lembro mesmo. Eu nem sei se isso é possível. Deve ser, mas é difícil ficar sóbria quando se sai de casa, não?
E pra maioria das pessoas pra quem eu fiz tipo uma enquetinha sobre o assunto, tb não se lembra.

Falei pra ela, meu, para de sair pra jantar que senão você nunca vai ficar bêbada o suficiente.
Ela falou...ah, mas isso não ta errado?
Errado? Errado é você enrolar um coitado que ta pagando seu jantar há uma semana com o qual você quer ficar e não consegue beijar porque ta sóbria sendo que você é uma notória cachaceira!!!
Errado é você fingir de sóbria. É por isso que o beijo não sai...ninguém fica a vontade não sendo você mesma.

Meu conselho foi o seguinte, ah, então vai e enche a lata de saquê! (pq acho que ele ainda não sabe que ela é mega cervejeira).

Eu também namorei uma vida ae. Quando terminei, a princípio, só fiquei com pessoas que eu já conhecia há muito tempo, mesmo assim...não tava completamente sóbria.

Bom, um dia fui numa festinha e daí fiquei com um cara...bem bacana ele parecia e tals.
Me ligou uns dois dias depois pra gente sair...
Vamos jantar???
Jantar? Nem conheço a pessoa direito e já vou jantar com ela??? Essa coisa de jantar assim pra se conhecer eu não entendo. Jantar é onde tudo pode dar errado. TUUUUDOOOOO.
Escolher comida em todos os meus namoros era quase um questão de guerra nuclear.
Como você vai conhecer alguém com dois pratos de comida no meio de vocês? Que grotesco...
Enfim, jantar pra conhecer alguém é a coisa mais desconfortável do mundo pra mim.

Logo, mesmo correndo o risco e parecer meio mano/hippie, falei pra ele...ah, não vou ta com fome sexta, sexta é dia de tomar cerveja, vamos?
Ele fecho e beleza.

Daí eu pensei numa coisinha...ai meu, vai que ele é feio!!! Nuuussaa senhora, nem tinha pensado nisso antes...Sabe como é né...balada=lugar escuro e discernimento afetado.
E os problemas pareciam infinitos...
Vai que a gente não tem assunto...hummmm...fica aquela conversa de elevador ou pior aquela coisa conversa de currículo...quantos anos vc tem? Trabalha com o quê? Formou onde? Affff....
Eu sei que ele parecia legal na balada, mas com vodka até uma garrafa térmica pode ser legal.

Já tava pronta pra desistir já, quase ligando pra desmarcar...
Mas o quê eu ia dizer
Oi, eu sou jacu mesmo e não posso sair com vc?

Insisti de tudo que era jeito pra gente se encontrar no local, mas não deu, ele insistiu mais ainda em me buscar.
Ah, pronto, tudo que eu precisava. Agora, se ele for chatão e eu quiser me mandar não vou poder...

Respira, pensa que você vai toma duas cervejas e volta. Pronto, indolor!

Hora desgracenta de escolher a roupa.
Que tipo de pessoa que quero que ele pense que eu sou?
Ah, eu mesma? Nops!!!!
Ninguém precisa descobrir que sou maluca assim já de cara, né? Melhor passar uma boa impressão.
Roupa descontraída com uma gargantilha de pérola. Pérolas leia-se boa menina.

Agora, pergunta se ele chegou no horário!!! NÃÃÃÕOOOOO
Não tem nada que eu mais odeie que ficar esperando.
Já tava puta quando ele apareceu.
Desci, entrei no carro, bati a porta e falei Oi! Com a cara mais irritada do mundo.
Ele começou a rir muito.
Já larguei um “ta rindo do que?”
De você, né!!
Ele falou que pode ser que a experiência dele não fosse gigantesca, mas que ele nunca tinha ido buscar um mina pra sair pela primeira vez e ela já estivesse espontaneante brava com ele como se se conhecessem há muito tempo.
E ainda completou com um, sabia que vc era meio doida desde a hora que eu te vi.

Bom...nessas meu super disfarce já tinha ido por água a baixo...junto com as minhas nóias.
Fomos mega conversando até o bar, no fim da noite, no bem da verdade eu ainda não sabia quantos anos ele tinha, onde tinha estudado ou pra que time torcia.
O que a gente sabia um sobre o outro é que o beijo era bom, os dois realmente gostavam muito de cerveja e piadas infames dominam.
Saímos muitas vezes e ficamos até que um bom tempo juntos até que eu conhecei o melhor amigo dele...bom, daí é outra história, deixa pra lá.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Desajustada

Tem dias que você acorda de manhã e coloca um vestido preto de verão, mas pra não ficar tão preto, acha um colar colorido de capim-dourado com bolinhas verde, azul, rosa e tal. Bracelete dourado queimado. Sandália de courinho. Bolsa grande de marca. Na pressa, cabelo molhado que vai indo despenteado nao caminho.
Dia atípico: carona até o ponto, vou de ônibus. Mp4 e fone de ouvido. E quando olho no espelho do ônibus vejo uma moderninha da vila madalena transitando entre o hippie e o indie, ouvindo The Killers e los Hermanos... Galera estranha essa que faz tipinho...
É supreendente no que a gente pode se transformar assim por acaso sem prestar atenção.
Não moro na Vila, não entendo os indies e tenho uma tendência a não gostar muito de hippies, mas de leve.
Por que é que um dia saí vestida e uma coisa que eu não sou?
Mas será que eu não sou esse tipo ou esse tipo é que se apropriou de um modelo pra ser?
Se vc usa listras e não ama mais Arctic Monkeys é indie, se usa miçanga e faz escultura de durepox é hippie, se tem franja e chora é emo...
Será que tem alguém que olha e consegue ver que tem gente que sai despretenciosamente de casa, sem vontade de parecer com nada que não mais que ela mesma?
Ta na moda dizer que moda é atitude, que moda é comportamento, que o que ta na moda é ser feliz...
Depois a gente pega toda essa atitude, esse comportamento, classifica e rotula pra todo mundo poder saber exatemente quem é e onde está e, enfim, ser feliz.
Outro dia passou bem de leve no meu pensamento que rótulos servem pra gente se esconder de quantas pessoas podemos ser e em quantos lugares podems estar, pois parece mais seguro ficar parado...mas daí me fugiu a idéia.